terça-feira, 30 de agosto de 2016

A minha panca mais recente.

 
Foi preciso passar os 40 para descobrir que a nossa vida começa realmente a andar para trás no momento em que experimentamos comer bolacha Maria, partida aos bocadinhos, misturada com gelado de chocolate do LIDL (sim, aquele que vem naquela embalagem retangular azul escura).
 
Nota: Também funciona com outro gelado qualquer.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O mistério da luzinha.

 

Ontem:

19h00 - No regresso a casa, percebo que o painel do carro tem uma luz acesa. Suspeito que possa vir a ter problemas.
19h30 - Ganho coragem, tiro uma foto ao painel e mando pelo chat do facebook ao meu pai, na esperança que ele me diga que aquilo é só ir à bomba e pôr água num tubo qualquer.
19h50 - Não responde. Começo a achar que pode ser algo grave e não tem tomates para me dizer.
20h30 - Continua sem responder. Ganho coragem e ligo.

Eu - Pai, viste a mensagem que te mandei pelo facebook?
Pai Caco - Que mensagem?
Eu - Igual às que mando quando te envio fotos do teu neto...
Pai Caco - Espera...

(5 minutos depois)

Pai Caco - Mas onde é que eu carrego para ver?
Eu - Não estás a ver aquela coisinha vermelha no topo do facebook? Tens de clicar lá...
Pai Caco - Mas isso está no teu mural?
Eu (a bufar porque já lhe expliquei isto mais de 300 vezes) - Esquece. Manda-me o teu e-mail.

(envio e-mail)

Pai Caco - Já entrou! (Com a mesma euforia como se estivesse a ver Nossa Senhora de Fátima pendurada em cima da azinheira).
Pois.... é melhor ires ver ao livro de instruções, mas, se calhar, é para avisar que tens de ir à inspeção...
Eu - Mas o ícone da luzinha parece um motor... será que o motor foi à vida?
Pai Caco - Melhor ires ver ao livro...
Eu - Ok. Obrigada. (a pensar porque raio não fui logo lá de vez e escusava de perder este tempo todo)

Hoje:

9h00 - Vou ao livro de instruções e percebo que pode ser o catalisador.
9h30 - Ligo para a oficina.

Eu - Bom dia. Posso falar com o Galileu? (o meu mecânico chama-se Galileu. Nome lindo para mecânico).
Atendedora de telefones: O Galileu não está.  
Eu - Preciso levar aí o carro  porque tenho uma luz acesa, fui ao livro de instruções e diz que se estiver ligada de modo fixo, devo ir de imediato à oficina.
Atendedora de telefones - E está fixo ou a piscar?
Eu - Fixo.
Atendedora de telefones - Então venha cá segunda-feira.
Eu - Mas se no livro diz que tenho de ir já, não é melhor levar aí o carro hoje?
Atendedora de telefones - É. Mas não está cá o Galileu.
Eu - E mais ninguém aí percebe alguma coisa de luzes que se acendem no painel?!? (a bufar um pouco mais do que quando o meu pai me perguntou onde é que se carrega).
Atendedora de telefones - Só se for o Alcides. Mas está cheio de trabalho.
Eu - Então que faço? (quando, na verdade, queria dizer: Ele que se desenmerde - como é que se escreve isto?!? - que eu preciso saber o que tenho no carro antes que passe a meia noite apeada na rotunda do E.Leclerc).
Atendedora de telefones - Está bem. Então passe cá hoje.

Algo me diz que há melhores formas de começar o fim de semana...

ATENÇÃO: Este post não me rende um tusto para mandar cantar um cego.

 
 
Começo por três constatações importantes:
 
1 - Miss Caco tem uns pés lindos.
2 - Miss Caco nunca fez pedicure na vida.
3 - Miss Caco não ganha um chavelho com este post.
 
Posto isto, posso avançar.
 
Sim, leram bem. NUNCA FUI À PEDICURE. Imagino mais ou menos o que seja, mas nunca achei que precisasse. Também nunca experimentei aqueles peixes que comem peles e o mais perto que estive disso foi com umas massagens tailandesas que fiz em Praga e que me custaram o tutano, mas souberam pela vida, que isto de cismar que as cidades só se conhecem bem a pé também tem os seus senãos.
 
Esta conversa para dizer que, este ano, pela primeira vez, algo mudou. Não sei se foi por fazer mais praia do que o habitual, mas fiquei com os calcanhares muito secos e gretados. Vai daí decidi googlar soluções caseiras. A maioria implicava dormir com mezinhas nos pés e depois tapá-los durante a noite com meias, tarefa inconciliável com a caloreira das noites de Agosto.
 
(Pausa para fait divers com certa e relativa importância)
 
Já disse que tenho uns pés lindos? Aproveito para comentar que ganhei um concurso de fotografia à custa deles. Ok, não eram os prémios Sony World.... Ok, também não era a nível nacional... Ok, nem sequer do bairro... Era um concurso interno entre funcionários de uma empresa... Ok, a empresa não era o China Construction Bank, mas tinha para cima de 100 funcionários... e todos a trabalhar. Ok, mais de metade não concorreu, mas isso não interessa. O certo é que ganhei com esta foto e fui passar um fim de semana ao Hotel do Caramulo, com tudo incluído. Espera. Tudo incluído não. As bebidas eram pagas à parte, o que foi chato porque não sabíamos e escolhemos o vinho mais caro da lista. Mas pronto, o que lá vai, lá vai.
 
 
(Regresso ao que interessa)
 
Bom, estava a tentar encontrar uma solução e eis que me lembro de ter visto, algures pela minha despensa, uns produtos do Dr. Scholl que nem sei bem como foram lá parar. Ou se calhar até sei, mas isso agora não interessa para a história. Adiante.
 
Vou directa à prateleira das traquitanas - aquela onde não entram alimentos, mas apenas coisas que não temos coragem de deitar fora porque achamos convictamente que um dia vão fazer falta, ainda que esse dia raramente chegue -, e descubro uma maquineta que dá pelo nome pomposo de "Lima Electrónica Scholl Velvet Smooth with Diamond Cristals", que é basicamente esta coisa aqui em baixo (recordo os mais desatentos que não ganho um chavelho com este post):
 

 
E meninas, o que é que isto faz? Como traz pilhas incluídas, foi só tirar da caixa, ligar e desatar a passar aquilo nos calcanhares. Nem sequer fui ver as instruções. A sensação é muito agradável, está longe de doer e é daquelas coisas que não sabemos bem o que está a fazer, mas sentimos que há cenas a acontecer. Começamos a notar uma espécie de pó branco a soltar-se dos calcanhares e, logo a seguir, percebemos que estamos num ritual de cremação de peles mortas, mas sem padre.    
 
Lá andei naquele serviço uns bons 5 minutos e quando passei as mãos nos calcanhares, juro que parecia milagre. Não fiquei com os pés de um bebé, é certo, mas adianto que o resultado ficou muito acima das minhas expectativas. 
 
Depois disto, passei uma espécie de roll on (este aqui em baixo) que dá pelo nome de "Scholl Stick Express para Calcanhares Gretados" que basicamente amaciou a pele, mas o que me deixou realmente surpreendida foi a maquineta lá de cima. Não faço ideia quanto é que aquilo custa, nem se vale o preço, mas o certo é que duvido que alguma pedicure, ainda que munida de um mega cardume de "peixes trituradores de pés", consiga um resultado semelhante.
Posto isto, é correrem às vossas agendas, ao linkedin, ao grupo de facebook dos colegas da primária e verem se descobrem algum amigo que trabalhe no marketing da Scholl. Depois é só mandarem este post e dizerem que, para envio de ofertas de fins de semana (mesmo que não incluam bebidas) ou de umas simples Havaianas, é só mandar mensagem privada.
 
Ah! Calço 38.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

PÁRA TUDO!!!

 
 
Ontem à noite, na casa de banho, enquanto eu estava a lavar as mãos, Baby Caco entrou e disse:
 
- "Mamã, já sei dizer camião". 
 
Naquele segundo não percebi bem, mas logo a seguir caiu-me a ficha. O meu bebé estava a dizer-me que já sabia dizer C-A-M-I-Ã-O. Que é o mesmo que dizer que, a partir daquele preciso momento, ia deixar de o ouvir dizer P-I-A-I-Ã-O para toda a eternidade.
 
E eu fiz a festa habitual: gritos, saltinhos histéricos, levantei-o no ar, enquanto berrava aos sete ventos: "O meu amor já sabe dizer camião!!!! O meu amor já sabe dizer camião!!!".
 
O problema é que era tudo a fingir. Sim, meu rico filho, é verdade. Menti-te com os dentes todos.
 
Eu não estava assim tão contente como parecia. Aliás, eu não estava nada contente. A bem da verdade, estava praticamente fula da vida. É que a minha cabeça já estava a imaginar que o próximo passo é pedires-me para comprar aqueles Legos minúsculos que nem com uma lupa se vêem, depois que queres ir a uma festa de pijama, num instante cravas um interrail, nem desfazes as malas e Vilar de Mouros é que é, às tantas vens com a conversa que arranjaste uma namorada, logo a seguir cai-me o Erasmus no lombo e, num abrir piscar de olhos, sais de casa para viver com uma pitufa gira que dói mas que não sabe lavar uma alface.
 
Alguém tem um botão para parar isto, tal e qual como está, assim tipo... JÁ???!!??
 
Agradecida. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Klum vs Ferreira.

 
Ai, eu sei que parece que estou sempre a bater na ceguinha, mas um dia destes apercebi-me que estas duas têm parecenças, sobretudo nos olhos e no sorriso, sendo que uma é sopeirita e a outra é um canhão.
 
Pronto. Agora esfolem-me que, bem vistas as coisas, eu até mereço.
 


A Terra das Cartas.

 

Há cerca de dois ou três meses, tive de fazer um breve desvio no trajeto matinal casa-infantário para  ir aos correios levantar uma carta registada. Foi algo muito rápido e sem grandes alterações à rotina diária já que os correios ficam no mesmo sentido que o colégio de Baby Caco. Ele não fez grandes perguntas e eu também não fui muito além do: "a mamã tem de ir levantar uma carta".

Hoje de manhã, no carro, a caminho da escola:

-"Mamã, tenx de ir buscar uma carta?"

- "O quê? Uma carta?!?"
(Cai-me a moeda. Ele referia-se à dita carta que fui levantar há uns meses).

- "Xim, uma carta".

- "Não, filho, a mamã hoje não tem de ir buscar nenhuma carta... Mas tu querias que a mamã fosse buscar uma carta?"

- "Xiiiiiiiimmmmmm!!!!"

- "E querias que a mamã escrevesse uma carta para ti?"

- "Xiiiiiiiimmmmmmm!!! Uma carta burmelha!!"

- "Uma carta vermelha?!?"

- "Xiiiimmmmm!!!"

- "E onde viste cartas vermelhas?"

- "Na Terra das Cartas".

- "Na Terra das Cartas???!!?"
(Estaciono)

- "Xim. E depois vamos lá buscar as cartas todas que estão debaixo da terra... e xujamos as mãos e depois temos de as lavar...".
(Sai do carro)

- "Mas tu já viste uma carta vermelha?"
(Empurra a porta do colégio e corre pelo corredor)

- "Mas porque é que a carta é vermelha?", insisto.
(Entra na sala a agitar o jipe novo com os bracinhos no ar, para garantir que todos os amigos o vêem).

Não chegou a responder, mas a minha imaginação ainda o ouviu dizer:

"Porque é uma carta de amor, mamã".

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

É triste, mas é verdade.

 
Voltei. Acabaram-se as férias. Finito. Adeus boa vida. Goodbye fazer nenhum. Adieu não levantar palheiro. 
 
Para compensar, aproveitei a hora de almoço e entrei na Lanidor só para ir cheirar os saldos me desgraçar.
 
E desgracei. Com este vestido aqui em cima que me faz um avião, que não irei vestir um terço das vezes que idealizei quando decidi comprá-lo, e que está a metade do preço, como podem confirmar aqui.
 
Adeus boa vida. Olá inferno.
 
Vá, não chorem. Ainda vos amo.
 
A todos.

Ok. Se calhar não é todos, todos, todos, mas eu também exagero sempre um bocadinho, né?