quinta-feira, 12 de maio de 2016

Na hora do fim.


Quem me conhece, sabe que esta barraca não serve para cortar na casaca da vida dos outros e sobretudo no que toca a coisas do coração, disso ninguém me ouve falar, até porque a idade já me fez perceber, há muito, a complexidade deste tema.
 
Mas desta vez não resisto a vir cá tecer alguns comentários sobre esta separação.
 
Houve um período da minha vida em que convivi com a Iva durante alguns anos, sem nunca chegarmos à fala. Tínhamos vários amigos comuns, frequentávamos os mesmos espaços e chegámos a trabalhar no mesmo local. A imaturidade característica da fase em que isto aconteceu, fez com que, por razões que a própria razão desconhece, não fossemos à bola uma com a outra. O tempo passou, eu fui assistindo "de fora" à evolução da sua carreira profissional e do que se ia comentando sobre a vida pessoal, bastante mais exposta depois desta relação.
 
Todos os que acompanharam este casal, sabem que foram várias vezes crucificados pela diferença de idade, facto que foi sempre muito bem rebatido - sobretudo pela Iva - e com a qual estive sempre de acordo. Não me parece que os poucos anos que os separam pudessem ter interferência no sentimento e no que poderiam construir juntos. Mas reconheço que deve ser muito ingrato ser confrontado e ter necessidade de explicar este tipo de assuntos tão íntimos a terceiros. De qualquer forma, tudo se compreende melhor se pensarmos que ambos são figuras públicas o que - por mais que tentem fugir - implica sempre exposição.
 
Deu-se o caso de que ao fim de seis anos a relação terminou. Quer tenha sido pela Miss Bum-Bum ou não (que me parece ter muito pouco a ver com esta ruptura), o que é mais que certo é que as mentes pequeninas que durante este tempo atazanaram/invejaram esta relação com a conversa medieval da diferença de idade, agora esfregam as mãozinhas e rejubilam de satisfação, enquanto verbalizam o célebre: "Eu sempre disse que aquilo não ia dar certo".
 
E o que eu tenho a dizer resume-me a isto: a relação durou o que qualquer outra relação pode durar. As pessoas passam por diferentes fases da vida ao longo do seu crescimento e, infelizmente, nos casais nem sempre isto acontece na mesma sintonia, ou à mesma velocidade, sendo que isto - na minha opinião - não tem nada a ver com questões de idade, de raça, de gostos ou do que for. É tudo muito mais complexo do que isso e, no final de contas, o que interessa é que certamente foram felizes enquanto estiveram juntos, vão fazer eternamente parte da vida um do outro e, no fim,  ambos tiveram a nobreza e a coragem para pôr um ponto numa história que foi feliz, mas acabou.
 
Ninguém gosta de o admitir - sobretudo depois da enorme pressão que tinham em cima - mas a vida é isto. Há ciclos que se fecham e outros que se abrem. Sobre isto, li numa entrevista à Ana Zanatti, estas sábias palavras: "Devemos sempre dançar com a vida, aceitar os desafios que nos propõe. Vivê-los como se fosse um pas de deux e mesmo quando a vida pisa e magoa, encontrar uma forma de acertar novo passo e dançar cada vez melhor. Devemos montar-nos na onda, surfar em cima dela. Se nos mantivermos rígidos, ela atira-nos ao chão". 
 
Para encerrar o tema, e porque me parece difícil - embora não impossível - que as relações terminem sempre por vontade de ambos, espero que aquele que achava que talvez ainda houvesse um caminho, atravesse rapidamente a turbulência deste momento.
 
Se este alguém for a Iva - ou se houver alguma "outra Iva" por aqui - e se, por um segundo, estas palavras lhe pudessem chegar, que saiba que, mesmo à distância e sem nunca nos termos falado, desejo que a vida a surpreenda e coloque no caminho certo para "acertar um novo passo".

1 comentário:

Deita cá para fora!