quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O meu menino de amor.

 
Baby Caco fez dois anos e desconfio que podem passar mais duas décadas que vou continuar deslumbrada com este milagre da vida.

Não são poucos os dias que dou comigo a olhar para ele, a observá-lo sem que perceba que o estou a fazer, e a pensar comigo própria como é que tudo isto é possível. Sim, eu sei, é meio ridículo, mas é a mais pura das verdades.

Fico fascinada a analisar as reacções, a tentar perceber que personalidade terá. Se perde muito tempo a tentar colocar uma peça de um puzzle no sítio certo, fico a pensar que vai ser uma criança persistente, se, no minuto seguinte, desiste facilmente de alcançar a chupeta em cima da mesa, penso que afinal poderá ser impaciente. Dou comigo a absorver os seus comportamentos, as reacções, a imaginar a criança e depois o adulto que se tornará.

Não tenho espaço para um amor maior. Este menino tão pequeno e que já inunda toda a minha existência. O meu menino a quem encosto os lábios no pescoço à noite enquanto lhe dou o biberon; o meu menino a quem mordo os pés sempre que mudo uma fralda; o meu menino a quem beijo a boca sempre que adormece; o meu menino que me faz vibrar quando solta uma gargalhada ou quando franze a testa todas as vezes que insiste em comer limão. 
 
O meu menino que sorri eufórico, sempre que adivinho o que quer alcançar; o meu menino que se deita ao meu lado no tapete da sala e tenta imitar os movimentos quando faço flexões; o meu menino que me pede a mão para adormecer; o meu menino que se despede de mim à janela todas as manhãs; o meu menino que me morde as pernas todas as vezes que me vê nua e que gosta que o deixe passar creme com aquelas mãozinhas pequenas.  
 
O mesmo menino a quem sempre que dou a mão na rua, olho para o reflexo que fazemos nas montras só porque, dois anos depois, ainda preciso confirmar que tudo isto é verdade. O mesmo menino que estou a ver crescer incrédula e num deslumbramento eterno que parece não ter fim.
 
O meu Menino de Amor. 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ouvido na hora de almoço.

 
"Tirava-te a pele e comia-te às postas".
 
Meeeeeedddooooooo......

Como se dá cabo de uma vida em três tempos.

 
Uma das minhas inúmeras qualidades é ter muito jeito para me rir de mim própria. Na verdade, não me levo nada a sério e é frequente rir-me sozinha das parvoíces que faço.
 
Isto que vos vou contar, apesar de agora me dar uma relativa vontade de rir - falo daquele riso nervoso, não é aquele riso de mandar tudo abaixo - aconteceu ontem à noite e podia muito bem ter dado origem a algo mais grave, graças ao gigantesco susto que apanhei. Portanto, dou-me por feliz por ter conseguido ultrapassar, e sobretudo por ter evitado passar a madrugada na CUF a fazer exames ao coração.
 
Ora bem, Miss Caco tem o facebook pessoal e o facebook aqui da barraca. Miss Caco criou o blogue há um ano e tal e, parecendo que não, isto dá muito trabalho a gerir. Também já abri uma conta no twitter, andei por lá dois ou três dias, fartei-me, pus-me a andar e quando Baby Caco nasceu dei os primeiros passos no Instagram.
 
Achei graça àquela cena dos filtros, tirei umas dezenas de fotos, fui à minha vida e caguei para aquela cena. Nunca mais lá fui e nem sequer tinha bem a certeza se ainda lá estava. Abri conta pouco tempo depois do miúdo nascer e nessa altura as hormonas fodem-nos um bocado a memória, de maneiras que, para mim, aquilo estava morto.
 
Ontem, nem sei bem a que propósito, deu-me para ir confirmar qual era a minha verdadeira relação com o Instagram e, meus caros, o que vi ia-me matando. Acho que me safei por uma unha.
 
Abro aquela espécie de mural de fotos, ou lá como se chama aquela merda, dou  com uma catrefada de fotos do miúdo em modo rato (eu disse que abri aquilo dias depois dele ter nascido) e no meio daquilo, pasmem, o que é que encontro??!!?.
 
As minhas mamas. Sim, ouviram bem. Eu disse MAMAS. Ainda por cima, não eram umas mamas quaisquer. Eram as MINHAS. É certo que não pareciam nada, porque estavam com o dobro do tamanho, mas eram as MINHAS MAMAS, ali escarrapachadas para meio mundo ver.
 
E como é que foram aqui parar? Pois, não sei. Quer dizer, até sei. De uma forma resumida, que a minha vida não é isto, eu praticamente não consegui amamentar porque Baby Caco não queria saber delas para nada. A verdade é que foi preciso ter um filho para arranjar finalmente um homem que não tivesse interesse nas minhas mamas.
 
Vai daí, decidi ligar para uma coisa chamada SOS Amamentação e no dia seguinte tinha em casa uma santa para ensinar o meu filho a mamar. Três horas depois, e comigo já a suar em bica, morta por acabar com aquela tortura, a mulher finalmente conseguiu a proeza e ficou tão extasiada (ela e eu) que pegou no meu telemóvel e disse-me que ia tirar uma foto para recordação. Na altura, estava tão doida com aquilo que nem me passou pela cabeça para onde raio é que aquela foto ia parar.
 
De maneiras que foi isto. Um susto de morte, porque na verdade, neste momento, não sei se meio mundo me viu as mamas ou o que raio se passou ali. Sei que passei uma hora a apagar aquilo tudo e não quero ouvir falar de Instagram tão cedo.
 
Pior do que isto só me lembro daquele dia em que estava de baixa, prestes a dar à luz, e me acordaram às três da tarde a avisar para tirar do meu mural algo parecido com: "Fulana de tal (eu) pesquisou Tudo Sobre o Toque Vaginal". Se quiserem saber como dei cabo da minha reputação num abrir e fechar de olhos, é só ler isto

Da série "Coisas parvas que se fazem enquanto se espera pelo metro"


Diz olá à prima.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Porque há homens que nunca nos desiludem.


Podem passar mil anos que duvido que encontre um homem que me encante com as palavras como este senhor.
 
Agora é esta. E de todas as vezes, é como se fosse a primeira. Fico sempre esmagada pela forma arrebatadora com que me deslumbra. 
 
Fosse ele giro e estava o caldo entornado.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Miss Caco foi ao cinema.


Eu sei. O título deste post não tem interesse nenhum. "Ok, foste ao cinema... e daí?", perguntam vocês. Daí que, apesar de parecer uma actividade comum para a maioria dos mortais, experimentem ter um filho com a família a 300 km e depois falamos.
 
Mas passemos à frente. Fui ver o "3 Coeurs", um melodrama francês com Catherine Deneuve, Charlotte Gainsbourg e Chiara Mastroianni (curiosamente faz de filha de Catherine, sendo que na vida real são mãe e filha de verdade. O pai é, como o nome indica, o ator italiano Marcello Mastroianni).
 
Gostei. Gostei da ideia de estar no cinema descansada da vida, sabendo que Baby Caco estava bem entregue, mas gostei ainda mais do filme. É sobre os acasos da vida. Sobre aqueles pequenos momentos que nos acontecem, mas que têm a capacidade de conduzir o rumo das nossas vidas em aspectos determinantes.
 
Gosto deste tipo de filmes em que podemos analisar a forma como o ser humano reage perante situações limite. Neste caso em concreto, em contextos que envolvem sentimentos como a paixão e o amor entre irmãos. Gosto de ser convencida pelas interpretações e de imaginar o que faria naquela situação. Na verdade, o encanto do cinema também é isto. Permite-nos sair das nossas vidas e viajar por outras.
 
O filme é um pouco lento, mas não deixa de ser menos absorvente por isso. Dá-nos tempo para reflectir, para observar os detalhes. Tendo vivido em Paris, para mim foi uma oportunidade de regresso ao ambiente da cidade, aos cafés, às ruas, ao maravilhoso e esmagador Jardin des Tuileries que é um ponto fulcral nesta história.
 
Mistura dúvidas morais com ligações românticas, num triângulo amoroso capaz de levar qualquer um à loucura. O fim não é feliz, mas também, convenhamos, quantas são as histórias de amor ou paixão que terminam bem? 
 
E depois tem a cereja em cima do bolo: a Charlotte Gainsbourg (filha dos ícones Serge Gainsbourg e Jane Birkin, que protagonizou "Ninfomaníaca") e que do alto dos seus 43 anos, me parece que, não sendo uma mulher bonita, tem um estilo rebelde e aparentemente despreocupado que adoro.  
 
Vejam lá se não tenho razão:

 
 






 
Na apresentação do filme no Festival de Veneza:
 
 
 
 
Charlotte e os pais, Serge Gainsbourg e Jane Birkin, 1970.
 
 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Quarenta e um.

 
Kate Moss faz hoje a idade que Miss Caco fez a semana passada.
 
Já tenho o rabo. Só me falta uma cadeira assim. 
 
Ah! E os sapatos. Também me faltam os sapatos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Aquele momento...

... em que um cliente nos fala num projecto que não tem puto de relevância no universo que vai para além das pessoas que estão a trabalhar nele (e mesmo para estas, tenho dúvidas), pede uma estratégia de comunicação sabendo que aquilo consegue ter menos interesse do que os meandros da pesca à corvina e, não contente com isto, envia um e-mail a solicitar reunião com a entidade parceira para que possamos dar-lhe alguns inputs, "graças ao  know-how que temos nesta área".
 
Perante isto, o que fazemos é:
 
a) pegar no telefone e dizer-lhe que o nosso know-how diz-nos para esquecerem o assunto e continuarem com a vida deles, fazendo de conta que nada aconteceu;
 
b) fingir que aquilo tem alguma perspectiva de sucesso, embora reduzida, e que vamos fazer os possíveis para obter os melhores resultados, mesmo sabendo que vai ser um fiasco;  
 
c) ir à reunião e dizer-lhes na tromba que há coisas mais interessantes para ocuparem o tempo (o deles e o nosso), exemplificando, como se fossem crianças, com recurso a algumas ilustrações.
 
d) dizer que o problema não é deles. É nosso e que é melhor que esta relação fique por aqui porque precisamos de tempo para reflectir e encontrar-nos outra vez.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Proud.


Esta é a capa do I de hoje. Da autoria de um designer grego que decidiu homenagear Ronaldo inspirando-se na azulejaria portuguesa.

Em baixo, está a capa da próxima edição do Charlie Hebdo, a primeira pós-ataque à redação que terá três milhões de exemplares e será vendida em Portugal.
 
No site do jornal é possível ler três das razões que levaram os sobreviventes a prepará-la:

Porque o lápis estará sempre acima da barbárie…;
Porque a liberdade é um direito universal…;
Porque vocês nos apoiam….
 
O próximo Charlie Hebdo vai sair exatamente uma semana depois dos ataques dos irmãos Kouachi.

Confesso que a mim também me deixa com uma lágrima no canto do olho. Não só por tudo o que envolve esta tragédia, mas sobretudo pela nobreza do seu significado.
 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Chegou tarde mas juro que vale a pena.

Bem sei que é suposto que os blogues tenham alguma actualidade e por este prisma não faz qualquer sentido que eu venha para aqui falar nisto agora, mas a verdade é que esta pérola, datada de finais de 2013, só me veio parar às mãos ontem e achei tão hilariante que não posso deixar de mostrar àqueles que, tal como eu, viviam nas trevas quanto a este assunto.

Basicamente o videoclip aqui em baixo, do cantor Kanye West, permite-nos vê-lo a fingir uma berlaitada fajuta contracenar com a mulher, Kim Kardashian, sendo que o resultado é das coisas mais manhosas que vi nos últimos tempos, capaz de fazer corar a nossa querida Ana Malhoa que mesmo turbinada chuta isto para um canto.

Ora então caguem para os cavalos selvagens que aparecem no início e vão directos ao minuto dois que prometo que não se irão arrepender. O que se segue é uma simulação de conotação sexual do mais piroso que há, num cenário que tem tanto de amador como de kitsch.
 
Não sei se o mais ridículo é o nível de qualidade da produção, se as estrelas cadentes que cruzam o firmamento, a fazer lembrar o Reino de Deus, se a cara de cama que a desgraçada tenta fazer num ambiente tão mal recriado que, com jeitinho, até conseguimos ver as ventoinhas a soprar-lhe na tromba. 
 

Apesar de tudo, não está tudo perdido. Segundo parece, Miss Caco não terá sido a única a ter esta opinião. James Franco e Seth Rogen, actores do tão falado "The Interview", acharam o mesmo e não perderam tempo a criar isto que podem ver aqui em baixo. E vejam lá se não está tão bom...
 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

É preciso ter galo.

 
 
Ele há 365 dias no raio de um ano inteiro e tinha de ser logo ontem, que começou este filho da mãe deste frio de rachar, que o puto do ar condicionado aqui da empresa tinha de avariar.
 
De maneiras que ainda não tirei o casaco desde que cheguei, tenho o cachecol à volta da cabeça, só com os olhos à mostra, estilo terrorista, (o que até me parece apropriado tendo em conta a atualidade) e ainda estou para perceber como é que não me caíram as pontas dos dedos.
 
Portanto, basicamente hoje sinto-me como estes veados que vêem aqui em cima, mas sem galhos (espero).

Na dúvida, hoje trouxe dois pares de meias, não fosse o técnico falhar. Coisa que felizmente não aconteceu e portanto agora trabalha-se com o chão do escritório cheio de peças de um ar condicionado desmontado, um homem - quem nem sequer é giro - a entrar e a sair para ir buscar ferramentas e um frio de rachar cornos a carneiros.

Não tenho foto das meias para ilustrar, mas tenho esta das minhas calças de ganga novas que tirei esta manhã e que bem sei que não tem nada a ver com esta história, mas sempre me pareceu um pouco mais gira do que os meus pés.

 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Filhos da puta.


"Je préfère mourir debout que vivre a genoux".

Stéphane Chabonnier (Charb), director da Charlie Hebdo, uma das doze pessoas que perdeu a vida hoje.

Je suis Charlie. Pela liberdade. Sempre.

Olha-me este agora.

 
É que estou mesmo a ver a cena...

Este chegou ao fim do ano e pensou: "Eh pá, às tantas o Sócrates tem razão e eu, apesar de não estar preso, também devia fazer alguma coisa só para o pessoal não deixar de falar em mim em 2015.... Mas, assim, tipo o quê?

Subo o monte Nanga Parbat, no Paquistão? Não... isso o João Garcia já fez...

Fecho-me numa casa durante três meses só com animais e sem qualquer contacto com o exterior? Não... isso a TVI também já fez... 

Tenho um affair com um gajo mais velho, vamos juntos para Nova Iorque e dou cabo dele com um saca-rolhas? Não... diz que já há um filme com esse enredo...


Ora então, o que é que Miss Caco acha disto? Acha que, a ser verdade, das cinco, uma:

- Zuckerberg não dorme;
- Zuckerbeg tem capacidades paranormais;
- Zuckerberg está a fazer-se ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa;
- Zuckerberg não tem vida própria;
- Zuckerberg além de não ter filhos, não prevê fazê-los em 2015.

Caso o meu raciocínio esteja errado, então, sou forçada a crer que Zuckerberg vai fazer batota e tenciona ler apenas os resumos.

Agora haja alguém que diga a esta alma que está a tentar terminar o "Diz-me quem sou", da Julia Navarro, há cerca de dois anos - calma que o livro mais parece o Book of Kells, já sobreviveu a três destruições de marcadores da autoria de Baby Caco e tem para cima de quilo e meio, o que me impede de o levar para ler nos transportes públicos - que NÃO É POSSÍVEL passar um ano inteiro a mandar abaixo um livro por quinzena.
 
Agradecida.

Pergunta que se impõe.


A Dulce Pontes está de regresso para cantar ou para lançar as profecias de 2015?

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Só eu sei...

 
... o que sinto ao olhar para estas fotos. 
 
(...)
 
É que o meu 25 de dezembro também foi feito disto, num sítio que é só meu.
 
E sim, como qualquer gaja que se preze, Miss Caco também tem modo lamechas.
 
Olhem... já que estão aí sem fazer nenhum, tragam-me lenços, por favor.
 









Ide fazer queixinhas, ide.

 
Pela quantidade de músicas que ando a sacar ilegalmente com entrada directa para o meu iPod, sem passar sequer pela casa de partida nem receber os dez euros, não sei como é que ainda não estou na Carregueira a esfregar ladrilhos.
 
Vá, agora mandem cá o polícia moreno, malhado, com 1,90 m e de óculos Ray Ban que entrou ontem de manhã na estação de metro de Cabo Ruivo para me prender, só assim a ver se eu deixo.
 
Shame on you, Miss Caco. Shame on you...   



segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

3...2...1... zero!!!!!!!!!


Podem respirar de alívio e deixar a terapia de grupo. Não avisei antes porque não vos queria estragar as férias, mas aquela treta do: "Olá, chamo-me Teresa e estou há doze dias sem ler posts novos no Caco...", não vos ia levar a lado nenhum...

Foi um sofrimento, bem sei, mas há males que vêm por bem e depois desta ausência, se ainda aqui vêm e estais mortinhos de saudades tal como eu, é porque a nossa relação está mais sólida do que nunca.

Prendam os cães, guardem o leite creme e escondam os maridos.

Miss Caco voltou. E é para partir a loiça toda.

Bom ano!