sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Aquele momento...



... em que estamos ao telefone com o cliente e só nos ocorre chamar a isto "gráfico de queijos".

Hugo, não te quero criar falsas expectativas...

 
... mas, a avaliar pelo sorriso dela, se fosse a ti, estava confiante.
 
Podes baixar as calças.

Wish list.


Só comecei a achar graça a ténis há catorze anos. Sei que foi exactamente à catorze porque, na altura, vivia em Paris e estavam muito na moda, em especial os New Balance que ainda hoje amo de paixão.
 
Mas a minha panca mais recente são estes  Adidas Stan Smith que acho um charme daqueles que não se aguenta.
 
Bem sei que isto não é um blogue de moda, mas confiram só estes looks e depois digam lá se não tenho razão:
 
 
 
 
 
 
 
 
Se és homem e achas que este post não tem rigorosamente interesse nenhum, então fica a saber que falo de um clássico incontornável que também fica bem em vocês, embora, à partida, me pareça que o vosso modelo preferido seja mais este...

 
Não têm que agradecer.

Quero um destes.


Mas que não toque.

(...)

Ou então que toque assim. Às três da tarde.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Não sou a Supermulher. Mas só por um triz.

 

Esta manhã ouvi o despertador e adormeci logo a seguir. Mais uma noite de tourada (não da que estão a pensar) a dormir por turnos, entre duas camas e um sofá.

Arranjei-me em onze minutos e meio. Nunca pensei ser possível. Deu para tomar duche (com o gel de banho de Baby Caco porque o meu acabou e era o que estava mais à mão. Não faz tanta espuma, é certo, mas quantos de vocês se podem orgulhar de passar o dia a cheirar a rabinho de bebé acabadinho de lavar?), escolher a roupa, vestir-me, maquilhar-me (esta parte é fácil, até ver, ainda não tenho de vir trabalhar com eyeliner e pestanas postiças) e ainda deixar instruções com a ama.

Ok, saí com uma meia de cada cor e sem cinto nas calças mas isso só eu é que sei.

Este episódio fez-me pensar que às vezes somos confrontados com situações na vida que julgamos não conseguir ultrapassar e depois, vai-se a ver, até somos e com resultados surpreendentes.

Tal como ontem à noite. Estava a fazer um caril de peixe e estranhei o molho ficar mais escuro do que o habitual. Pensei: "Quem te manda experimentar coisas novas sem saber o que estás a fazer? De certeza que este é aquele caril que compraste na loja indiana que abriu o mês passado ao pé do escritório... O mesmo de onde trouxeste aquelas sementes de cebola só porque experimentaste em Estocolmo num restaurante biológico e achaste que era giro e que, depois do resultado que deu naquele sábado à noite em que acordaste nua no largo do coreto*, ninguém te tira da ideia que tinham efeitos alucinogénios...".

Foi-se a ver e afinal não era. Olhei para a banca e vejo, ao lado do fogão, um frasco de canela ainda com a tampa aberta. Fiz de conta que não reparei, escondi-o, juntei umas colheres de caril, mexi, e, no final, disfarçou lindamente. Até Baby Caco comeu e nem se queixou.

E não, seus invejosos, isto não tem qualquer relação com o facto dele ainda não saber falar.

* Atenção: esta parte foi ficcionada. Miss Caco nunca acordou nua junto a num coreto. A minha vida não é assim tão interessante. Mas... esperem... acordei uma vez vestida num... bom, esqueçam. Deixo isso para outro post.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Olha... o Cocas reagiu.


Pergunta ao Cocas se deixa.

Até podia ser, mas não era o caso.

 
 
Entrei no autocarro esbaforida. Sentei-me no primeiro sítio que encontrei. Normalmente tenho sempre o lugar livre ao lado, mas desta vez, com a pressa, escolhi o primeiro que me apareceu à frente. 
 
Tirei os auriculares da carteira, sintonizei a rádio que costumo ouvir e fiquei ali a correr o mural do facebook para ver quem foi preso hoje. De repente, apercebo-me que a perna do homem sentado ao meu lado, começou discretamente a escostar-se na minha. O espaço, de facto, era pouco. Eu tinha a carteira ao colo, o saco com a marmita, o guarda-chuva e pensei que talvez fosse impressão minha. Afastei a perna.
 
Minutos depois, volta a encostar, ao de leve. "Mau, Maria... isto não é da minha cabeça...", pensei. Volto a afastar. Ele volta a encostar devagarinho. Quase em câmara lenta. Olho pelo canto do olho e vejo-o a deslizar a perna como quem não quer a coisa, mas que no fundo até quer.
 
E eu fico a pensar o que faço... Uma pessoa não pode sair de casa um bocado mais arranjada que é isto... Ainda por cima, hoje pus perfume. E agora digo o quê? Mudo de lugar? O autocarro está cheio. Vá-se lá perceber porquê, às quartas tem sido isto...

Se me viro para dizer qualquer coisa, fico com o rosto a cinco centímetros do dele. Se calhar, é arriscado... Percebo que não faço ideia da cara do homem. Apesar de estar ao meu  lado, só lhe vejo as calças de ganga. Até podia ser o Gianecchini que para mim tanto fazia. Quer dizer, se fosse o Gianecchini, certamente teria dado conta...
 
Olha, voltou a encostar. A técnica é sempre a mesma. Vai deslizando devagarinho, até que ... pumba! Já está. Tenho mesmo de dizer alguma coisa....Que tal: "Olha, o teu pai é aviador?". Não... demasiado infantil. Talvez seja melhor: "Olha, não me lembro de ter andado contigo na escola". Sim, assim está bem. Pode ser que perceba. Afasto a perna pela décima vez e respiro fundo. Agora é que é. Ganho coragem e viro o rosto na direcção dele.
 
É nesta altura que percebo que dorme profundamente. 

Percebemos que estamos a precisar de...


... dormir quando acordamos na cama do nosso filho, sem termos qualquer ideia de como é que fomos lá parar, sendo que se olharmos para o tamanho dele, somos forçadas a crer que dificilmente foi por arrasto.
 
E não. Também não vi nenhuma garrafa de vinho aberta nem passei a madrugada numa discoteca foleira a partilhar bebidas com desconhecidos.

Bom dia, queridos diabretes.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Não tenho.


Não tenho motorista. Não tenho advogado. Não tenho um apartamento em Passy (infelizmente, que isto sim, ia dar jeito). Não tenho empréstimos na Caixa Geral de Depósitos. Também não tenho uma mãe rica.
 
Mas tenho um raio de uma música que não me sai da cabeça desde que cometi as infracções desta manhã e que me está a dar para ouvir em repeat. Se isto continuar até às 18h30, por favor internem-me. 

Ponham os auriculares, aumentem o volume e, se estão a trabalhar, façam ar de quem está a terminar o excel que é para entregar amanhã, até ao meio dia.

Já está? Agora say hi! É esta!

Tenho uma confissão a fazer.

 

Os mais atentos sabem, tal como já comentei por aqui, que faço um curto percurso de carro para vir trabalhar. Durante o trajecto passo em seis rotundas que, além de serem redondas como o próprio nome indica, são praticamente todas seguidas. E não, para quem chegou agora, não moro em Viseu.
 
A questão que se coloca é simples: não respeito nenhuma.
 
Como passo todos os dias à mesma hora, não tenho dúvidas que haverá condutores que já me conhecem, mas a pensar nesses - não quero que lhes falte nada - ponho a música aos berros e começo a falar inglês para fazer de conta que não sou de cá.
 
O que se passa é que, depois do que aconteceu ontem à noite, receio não conseguir manter-me impune por muito mais tempo. Vai daí, esta manhã decidi que a partir de hoje vai ser diferente. Começo já logo, ao fim do dia quando for para casa. Vou-me portar bem e sigo direitinho pela fila certa, tal como fazem todos os outros.
 
Falo daquela fila comprida que fica ali no pára-arranca, onde só se perde tempo e em que nem sequer dá para distrair a olhar para o carro ao lado porque, ao lado, é precisamente onde está a tal faixa onde os carros passam sempre a abrir e a chegar ao destino bem mais depressa do que nós, como que a dizer: "És mesmo palhaço".
 
(...)
 
Vendo bem, para ganhar convicção e esta decisão parecer ainda mais determinada, vou fazer como com as dietas. Começo amanhã. Ou não... esperem. Já sei! Faço ainda melhor.
 
Meto no topo da lista das resoluções para 2015.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Isto com um tapete da Viterbo e umas almofadas de veludo da Gaggio ia lá.


Um espaço clean e minimalista, com linhas rectas, lavabos em aço escovado e cama design by Philippe Starck.
 
Vendo bem, a PSP de Moscavide não fica assim tão atrás do 16°arrondissement...

Das conversas imbecis.

 
Domingo, 19h30. Música aos berros, Baby Caco idem. Tocam à campainha.
 
Olho pelo óculo da porta e vejo o vizinho do 2º direito."Foda-se. Exagerei no volume. Já me vai dar cabo da cabeça. Vou dizer que estava a tomar banho e que foi o bebé que se atirou às colunas", pensei. Espera, ainda estou de pijama. Não posso dizer que estava a tomar banho e depois aparecer à porta de pijama.... Se calhar, posso. As probabilidades de vir a ter uma relação especial com ele são iguais às do George Clooney me telefonar para irmos comer uns croissants ao Careca.
 
Ok, vou de pijama, que se lixe. Espera... mas este é daqueles com bonequinhos. Ok, tudo controlado. A resposta do parágrafo anterior também é válida para esta situação.
 
- Boa tarde. Desculpe vizinha.... a minha mulher deixou cair a esfregona no seu terraço...
- Ok, não se preocupe, eu vou buscar (foda-se... outra vez???!? Ainda no mês passado fez a mesma merda... é o que dá andar a atirar o lixo pela varanda...). 
 
(Trago a esfregona a pingar dentro de um saco do Continente enquanto deixo um rasto pela cozinha fora, à custa das pantufas que acabei de encharcar).
 
- Muito obrigada.
- Ora essa, não custa nada! (se esta merda volta a acontecer juro que ta levo lá cima só para a esfregar no nariz da tua mulher). 
- Olhe, já agora... ontem à tardinha não tinha uns mosquitos pretos pequeninos em casa?
- Não.... mosquitos como?
- Assim pretos, pequeninos.
- Pequeninos? Não... Vi foi duas melgas... até estranhei nesta altura do ano... 
- Não... estes são pequeninos. Muito pequeninos e não têm asas.
- Assim tipo aqueles da fruta?
- Não, mais pequenos.
- E fazem barulho?
- Não, nem se ouvem...

(então se não se ouvem e são pequeninos, porque raio é que me estás a foder a cabeça, logo agora que estava a curtir esta música?!?).
 
- São pequenos, mas incomodam. Eh pá, tinha a casa cheia disso... Queria saber se também teve esse problema.
- Não, por aqui só duas melgas (sem contar consigo).
- Ok, obrigada e desculpe.
 
Despedimo-nos e fechei a porta. "Raio de conversa imbecil", pensei. Mas logo a seguir lembrei-me que este é o mesmo vizinho com quem estive no inverno passado nas escadas do prédio a discutir os problemas da rega do jardim para, quase hora e meia depois, chegarmos à conclusão que a culpa era da relva. "Da relva?", perguntei eu. Ao que ele respondeu: "Sim, é comichenta".
 
E eu fiquei ali torcida, a arroxear e a olhar fixamente para um ponto em concreto (só para me concentrar), morta por me atirar ao chão e rebentar a rir à gargalhada. Daquelas que, apesar de não terem asas nem serem pretas, são grandes e fazem muito barulho. 

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Vai uma aposta?


Não dou cinco minutos para o Carrilho levantar um processo à Mattel por não ter lançado um Ken igual a ele.

Esmifra.


Pergunta para queijo.


O que é que Bill Cosby e as focas das ilhas do Atlântico têm em comum além da penugem?

Os homens também sofrem.

 
Ando aqui desconfiada que, mais dia menos dia, vocês vêm cá pôr-se ao corrente da palermice diária e encontram o post do dia anterior já a cheirar a mofo, e o pior é que nem sequer dá para aquecer, que isto é como o salmão... tem de se comer logo, senão seca.
 
Basicamente ando há uns bons dois ou três meses a passar por uma situação de merda todas as manhãs. A coisa deu-se assim: à custa de uma greve de transportes, Miss Caco entabulou conversa com um casal enquanto esperava pelo autocarro que acabou por não chegar, razão pela qual até lhes ofereci boleia. Aquelas conversas de circunstância em que não dá para ficar a saber se aquilo é gente de alinhar em swings, mas suficientemente próxima para justificar um cumprimento da próxima vez que nos virmos.
 
Para que percebam melhor, este é daquele género de casais que está junto desde o ciclo preparatório, mas que continuam agarrados e aos amassos como se ainda andassem a descobrir-se atrás do pavilhão gimnodesportivo da escola.
 
Vai daí, todas as manhãs, quando chego à paragem, não há dia nenhum que já lá não estejam mais pendurados um no outro do que os pombos em período de acasalamento (foi o que me veio à cabeça, não precisam ir ao google confirmar, que eu nem sei se os pombos se agarram). E eu, educadamente, lá dou os bons dias da praxe. O rapaz, que é uma simpatia, cumprimenta sempre. Já a rapariga, manda-me um olhar que, se isto fosse uma BD, tinha um balão em cima com os dizeres: "Se dependesse de mim, chamava o meu primo da Covilhã que sempre mostrou apetência para a Jihad e perdias o pio em três tempos".
 
E eu lá sigo encolhida para o fim da fila, sem pousar o olhar por um nano segundo que seja no homem que até parece ser um amor de pessoa. No dia seguinte a história repete-se. Ok, não se repetirá exactamente da mesma maneira. Talvez ela troque a G3 por uma rebarbadora e o primo pelo homem que matou a mulher à facada em Valongo e ainda anda a monte.
 
No meio disto, lá chega um dia em que finjo estar a escrever um post (sim, escrevo a maior parte deles no autocarro) só para não ter de passar por aquela situação miserável. Não sei se fico com mais pena de mim, se dele, pois imagino sempre a quantidade de vezes que deve ouvir conselhos ao estilo: "Estás muito simpático hoje. Ontem à noite não te vi assim tão solícito quando te pedi para arrumares a loiça na máquina", ou "Pensas que não te vi a arrastar as pernas para ela passar à frente e enquanto esfrega o passe lá na maquineta, poderes ficar uns centímetros abaixo, só para apreciares melhor, seu porco?", ou ainda "Escusas de pôr os óculos de sol que sei bem para onde estás a olhar e além disso está a chover  a cântaros e estamos em Novembro". E eu fico ali a sofrer por ele. É que se eu ainda tivesse as mamas da Vergara, as ancas da Beyoncé ou o rabo da Kardashian, ainda vá...   
 
Ontem chovia. Meti o guarda-chuva à frente. Anteontem escrevi um sms, na semana passada fingi que estava com dificuldade em meter os auriculares. Hoje já não me safei.
 
Agora vou ficar atenta, a ver como me corre a vida. Se isto começar a entortar, vou ficar a perceber a razão de ela, esta manhã, ter guardado aquele panfleto do professor Bambo que estava colado ao poste da luz, mesmo ao lado do mupi da paragem. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A avaliar pelas previsões meteorológicas, este fim de semana é capaz de ser jeitoso para...


... conhecer a personalidade e modéstia de Miss Caco.

... cuscar as mensagens de telemóvel dos outros.

... emocionar-se com a surpresa que a Rádio Comercial preparou ao Carlos do Carmo.

... conhecer melhor um homem que é um génio, ainda que tenha pouco jeito para viver.

... pegar nas botas e experimentar um restaurante que acabou de revalidar a sua estrela Michelin, eleito como melhor da Europa pelo Guia European 50 Best Dois Sóis.

... rir com um vídeo de avozinhas a fumar marijuana pela primeira vez (realizado no estado de Washington onde a utilização de haxixe para efeitos recreativos foi recentemente legalizada. Os mais ansiosos podem passar directamente para o minuto 5).

... abraçar, sem medos, uma música linda sem hipóteses de devolução.

... descobrir uma fórmula eficaz de pôr os filhos na linha.

... fotografar as tralhas que têm lá em casa a apanhar pó e meter tudo no prego aqui.

... saber porque é que o New York Times nos considera um tesouro.

Alerta! Alerta! Alerta!


Alerta! Alerta! Alerta! O Caco está com 666 seguidores!! Sim, ouviram bem, eu disse 666!!! 666! Cruzes canhoto, mais vale nem dizer muito alto que dá azar...
 
"De acordo com o último livro da Bíblia, o número 666 é o nome da fera, ou besta, de sete cabeças e dez chifres que sai do mar. (Apocalipse 13:1, 17, 18)".
 
Corram! Liguem ao marido, à sogra, ao amante, ao homem da padaria, usem como pretexto para meter conversa com o vizinho do 3ª esquerdo, peçam à senhora que vos vai fazer a limpeza lá a casa, àquela amiga que está sempre a enfiar-vos o catálogo da Yves Rocher pelos olhos a dentro, ao colega do lado, ao primeiro desconhecido que encontrem na rua, mas, pelas alminhas, tenham piedade de mim e arranjem-me alguém que venha aqui amigar-se depressinha a ver se este número maldito me sai da frente antes que me dê uma trombose!!!!!

Eu sempre disse...


... que lumbersexuais que gostam de bola é de desconfiar.

Aviso.

 
Se tens mais de dezoito anos, pensas engravidar e seguir uma carreira de futuro enquanto progenitora, então este post é para ti.
 
Presta atenção: os bebés não acordam a chorar de madrugada só porque estão com cólicas, porque têm fome, porque estão a nascer os molares, porque têm frio, porque querem comer, porque estão com a fralda suja,  porque dormiram horas a mais durante o dia, porque têm febre ou por outra cena qualquer daquelas que vêm nos livros.
 
Isto é mais um daqueles embustes que inventam só para os desculpar e para a malta ir ao engano e continuar a contribuir para o aumento da natalidade. Eu até percebo. Eles são pequenos, indefesos e, no fundo, no fundo, até são fofos.
 
A verdade é que os bebés também choram só porque lhes apetece. Porque acordam e não têm nada para fazer. Porque, de repente, lembram-se que até mandavam abaixo um leitão mas não têm dentes, porque se calhar até era giro lerem um livro para pegar no sono, mas depois lembram-se que não sabem ler. Porque, às tantas, até convidavam a Margarida da sala B para sair, mas não têm cartão de crédito. Porque até lhes apetecia ouvir o "Leãozinho" do Caetano, mas, mesmo em bicos de pés, não há maneira de chegarem ao CD. Porque cismam que é a altura perfeita para fazer amigos no Tinder, mas depois lembram-se que não sabem onde guardaram a palavra passe.  Por isto e por aquilo. Por tudo e por nada. Porque sim e porque não. Só porque sim. Ou às vezes também porque não. Ou os dois ao mesmo tempo.
 
Pronto. Já disse. Depois não venhas cá queixar-te e dizer que não sabias. Mas se vieres, avisa antes para dar tempo de pôr o telemóvel no silêncio. Sou capaz de estar a tentar adormecê-lo. Pela sétima ou oitava vez.
 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mau Maria...

 
 
Marido Caco foi uns dias para Barcelona em trabalho. Mais concretamente para perto de Sitges.
 
Marido Caco não é de deitar fora.
 
Sim, ouviram bem. Eu disse Sitges. A última vez que falamos eram 9 horas da manhã. Não sei se me deva preocupar com este silêncio...
 
É que sempre ouvi dizer que depois de irem, já não voltam.

Momentos irrepetíveis.

 

Conheço-vos a todos que por aqui andam. Quer dizer, por aqui não. Pela casa ao lado. Tenho professores com fartura, tenho a Cristina que está em França, tenho a Sofia que é designer, tenho a Filipa que lançou uma marca, tenho o Zé que é da margem sul, tenho a Fátima que trabalha por turnos, tenho o António que passa a vida a falar do cão, tenho gente do norte, tenho gente do sul, tenho gente das ilhas, tenho gente que chegue para encher o auditório da Fundação Champalimaud que é giro de morrer ou para, se for caso disso, fazer uma manifestação suficiente para entupir, ainda mais, a segunda circular.
 
Mas esta tarde, minha gente, esta tarde deu-se um fenómeno irrepetível. Quase como aqueles eclipses que só acontecem uma vez em cada cem anos. Atentem a isto: apenas dois dias depois - atenção, eu disse dois dias, pouco mais do que 48 horas -  de publicar este post, acabei de ganhar um seguidor de Baguim do Monte.
 
Bem-vindo! Espero que não te arrependas. Prometo tratar-te bem.

Aquele momento...

 
... em que meio mundo está sentado, em transe, à espera que alguém lhe dedique um vídeo a agradecer a sua amizade no mural do facebook.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Decisão acabinha de tomar.


Vou criar um grupo no facebook. Vai chamar-se "Eu não quero saber se a Júlia Pinheiro continua numa cama de hospital, ainda que esteja maquilhada e não se vejam os cateteres".

Avulsos sobre o último casório.

 

A irmã mais nova de Beyoncé, Solange Knowles, casou-se este fim de semana e já começou o falatório à volta do dress code e da cerimónia que, à semelhança da comunidade cigana, contou com três dias de celebração, o que até se compreende, sobretudo se analisarmos o look da cantora:
 


Diz que é da marca Torn by Ronny Kobo, mas Miss Caco descobriu que o estilista foi buscar inspiração à feira de Custóias.

Já sobre a cerimónia em si, não tenho nada a dizer. A mim parece-me que foi um ritual bonito e que, visto de fora, qualquer um fica com vontade de pertencer a esta seita (a propósito, alguém sabe o valor da dízima?).



Consta que foi uma espécie de passagem de ano no Rio de Janeiro, com laivos de Sensation White Party, no Pavilhão Atlântico, mas mais lavadinhos.
 


Diz quem lá esteve que três minutos depois da dança... choveu.

 
A foto está linda. Só foi pena o noivo não sorrir... sempre se via o dente de ouro a fazer pendant com a biqueira do sapato.


 Beyoncé ao estilo: "Olha a capa de telemóvel Dolce & Cabana a metade do preço! Aproveitem hoje freguesas que é dia de festa e a cigana está louuuucccaaa!!" 
 

Também achei original chegarem de bicicleta e ser a noiva a levar a alva do sacristão.

Hino à imprensa regional.

 
 
Uma vez por semana vou ao correio. Para além do banco e da Setgás, mais ninguém me escreve. Em contrapartida, o que recebo de folhetos do Continente, convites para conhecer os novos colchões Pikolin, catálogos com descontos no Leclerc, Dicas da Semana, panfletos com promoções imperdíveis de viagens à Nazaré ou cupões da TelePizza dava para acender a lareira até ao Natal, sem precisar de queimar um único cavaco.
 
Esta manhã, dei com o jornal local: o "In Alcochete". Só o título já serviu para me fazer sentir especial. Vai daí, decidi dar-lhe um destino diferente ao do resto da correspondência e trouxe-o comigo para ler no autocarro. E não me arrependi. Senão vejamos:
 
 
Desde que o governo decretou a obrigatoriedade de criar concelhos interditos a menores de 35 anos, é de louvar ainda existirem casos assim.  
 
 
É que podia ter preferência por gente que conduz à bruta, mas não. Esta é uma vila cujos habitantes circulam como que a flutuar.
 
 
A avaliar pelo estado em que o homem deve estar, duvido que o Fórum Cultural receba muitas inscrições...
 
 
Alcochete tem uma especialista em Citometria do Fluxo com reconhecimento internacional. O enquadramento da foto está bom, o penteado está bonito, o outfit também não fica atrás. Só não percebo porque é que não posou com o Evax de Ouro... 


É bonito ver títulos destes. Melhor só estou a ver: "Alcochete comer-se bom peixe" ou "Alcochete acolher-se futuro aeroporto". Isso é que era.
 

 Coisa rara... uma Câmara sensível às pedinchices do pessoal. Esta malta agora vai queixar-se de quê?
 
 
Uma peça da autoria de Filipe La Féria, com textos de Pedro Passos Coelho. A não perder.