terça-feira, 2 de julho de 2013

O regresso do Síndrome RDSCP



Quando tinha aí uns 9 anos, sofri do síndrome RDSC que surgia, não sei bem porque razão, exclusivamente nas aulas de geografia. Este sintoma, vulgarmente conhecido como "Rir Descontroladamente Sem Conseguir Parar", afectava, além de mim, a minha colega do lado. Por causa disso, não foram raras as vezes que terminámos as aulas a trocar cromos no corredor da escola.

Esta enfermidade acompanhou-me exclusivamente durante esse ano letivo e nunca mais voltou. Até hoje à tarde.

Cenário: Final da hora de almoço e estou junto à impressora (que por sinal está avariada há uns dias, sendo que a gaveta das folhas só abre aí uns 3 cm, o que nos obriga a enfiar as folhas cirurgicamente no tabuleiro, numa tarefa que tem tanto de incompreensível como de ridícula).

Estou eu nestes trabalhos, quando entra um comercial pela sala a dentro (ainda agora não sei como é que o conseguiu), aproxima-se, estende-me o braço num sinal de grande familiaridade, e começa a impingir-me folhetos com impressoras e faxes enquanto debitava um chorrilho de perguntas sobre o material que usamos, o responsável por essa área, quantos tinteiros gastamos e outras questões igualmente pertinentes.

Eu - que tinha tanta vontade de o aturar como de me enfiar na segunda circular em hora de ponta -, começo a dar respostas curtas e grossas na esperança que ele se pusesse a andar até porque, nesta altura, o raio do papel já tinha encravado e eu não queria abrir os 3 cm de gaveta, pois estaria a dar-lhe uma oportunidade de ouro para me falar das suas excecionais condições de venda. E nisto pergunta: "Como se chama a empresa?".

Respondo: "Deep...." (seguindo-se o resto do nome).

Ele exclama: "Dick??".

Pronto, foi o suficiente. Em menos de dois nano segundos, fui brutalmente atingida pelo síndrome do passado. Baixei a cabeça, numa tentativa desesperada de conter o riso, mas já não havia nada a fazer.

Ele ainda avançou mais algumas perguntas, fazendo de conta que não estava a perceber o que se estava a passar, mas da minha boca o máximo que conseguiu ouvir nos minutos que se seguiram foi mais ou menos isto: "Ahahahahh!!!... Hummppppffff..... Ahahahahahah!!!" enquanto ia ficando cada vez mais roxa, numa tentativa desesperada de parar de rir.

Resultado: o homem não fez negócio, a minha impressora continuou encravada e eu, pelo menos desta vez, não acabei a trocar cromos no corredor da escola.

Tudo está bem quando acaba bem.

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